30/11/2023

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último dia do penúltimo mês do ano. daqui pra frente é tudo um limbo existencial, um grande ponto de interrogação e infinitas reticências (até 19 de janeiro, que é meu aniversário). este ainda não é um post reflexivo sobre o ano que se passou, acho que ainda tá cedo - mas exclusivamente pras isso, pro resto todo já tá tarde: qualquer planejamento agora é pra 01/01/2024 apenas.
tô escrevendo porque tem muita coisa na minha cabeça (pra variar) e queria ver se fazia sentido alguns pensamentos etc. acho que não me sinto necessariamente ansiosa agora, só muuuuuito depressiva e cansada. tenho dormido muito esses dias, mas só nos horários errados. minha pele tá simplesmente horrível e talvez o sono tenha papel importante nisso, mas é uma junção de outras coisas, vejam só:

 tô numa crise financeira absurda. desde que saí do meu emprego e estou só recebendo a bolsa de um projeto de extensão parece que eu não tenho tido dinheiro pra nada nunca. ao mesmo tempo em que gasto muito, tô sempre dura. comecei a ficar de olho em vagas de emprego, mas tem várias questões: não posso assinar contrato até a bolsa encerrar e queria muito fazer iniciação científica no semestre que vem (também não posso ter vínculo empregatício pra essa bolsa) então tô meio sem saber o que fazer. pensei em abrir comissões de retratos mas afffffffffff desenhar... fazer arte...? nesse estado de ânimo...?
 preciso muito me mudar. tem toda uma situação rolando aqui na casa dos meus pais, eles vão dar a casa que moramos pro meu irmão, que vai ser pai do segundo filho em breve, e vamos nos mudar pra uma casa estratosfericamente menor. tô maluca com isso, maluca maluca doida maluca maluca doidinha. não tenho dinheiro nem pra comprar meia e tô precisando me mudar? socorro?
 aos 22 anos se descobriu dependente emocional. não vamos elaborar sobre.
puxando um gancho tardio da crise financeira, ela é meio que criativa e intelectual também. não consigo fazer NADA, meu cérebro tá pequenininho demais, demais. tenho me recusado a me denominar como qualquer coisa perto de artista nos últimos meses porque a ideia parece absurda. que artista é essa que tem pavor de arte. não tenho conseguido estudar também porque genuinamente parece que meu cérebro derreteu.

vou parar por aqui porque é a primeira vez em muito tempo que tô acordada antes das 14h e tenho alguns planos pra hoje: lavar o cabelo cortar o cabelo pintar as unhas assistir um filme pra uma aula pedir macarrão no almoço trabalhar em uma personagem resolver coisas do projeto de extensão trocar lençóis organizar o próximo mês ler textos pra prova de moderna comprar um sabonete novo pro rosto ir pra aula

atenção: não medicada ela é péssima + bebi café + não dormi a noite
 

01/10/2023

primavera, finalmente

 hoje é domingo e meu fim de semana foi legal! eu fui assistir um filme no cinusp maria antonia pela primeira vez e foi ótimo, lá é tão pequenininho e o som tava tão alto, mas foi tão incrível… o filme que vi se chama “funeral das rosas”, de 1969 (ano que meu pai nasceu). quero voltar lá mais vezes e a próxima que eu for já planejo ir sozinha, acho que seria uma experiência legal e, se você estiver lendo isso da gloriosa abominável cidade de são paulo: vai! é de graça e tem sessão todo fim de semana. eu fui com meu outro namorado (não o argentino) e foi legal. depois a gente passou no mercado e comprou uns pães tipo biscoitinhos pra comer com tabule. aí fomos pra casa dele e preparamos tudo, ficou muito gostoso e agora eu quero fazer em casa pra minha família provar. antes de dormir assistimos um filme que eu tava querendo muito ver: “o pântano” de lucrecia martel, gostei muito muito, bom filme pra se ver num dia quente (tava meio frio quando assistimos comendo uvinhas). dormi ouvindo o barulho da chuva na janela e sonhei com goteira e infiltração. acho que caiu um caio em um para-raio de um dos prédios por perto porque acordamos pulando de susto no meio da noite - eu, ele e a gatinha Pagú que tava dormindo agarradinha em mim. isso tudo foi no sábado e eu acordei simplesmente no domingo mais preguiçoso do mundo, totalmente devagar, nublado, um frio de fim de ano que mesmo geladinho a gente ainda mostra os braços. ficava me perguntando se ia ficar chuviscando o dia todo… gosto de tomar café da manhã com ele porque é quase sempre a mesma coisa: um pão integral meio torrado (no ponto certo, meu ponto favorito, meio crocante meio macio) com uma fatia grossa de queijo branco, uma xícara de cafézinho com açúcar mascavo e um mamão com chia. ficamos meio atoa depois, meio conversando meio fazendo nossas coisas, meio em silêncio. eu desenhei enquanto ele lia notícias no computador do meu lado. ele se importa muito com a minha formação, insiste que eu tenho que estudar fora eventualmente e sempre aconselha que eu pesquise sobre e eu sempre falo que vou pesquisar, mas fico sempre paralisada de medo. eu…? estudar fora? soa tão absurdo, mas seria tão legal… mais tarde a gente fez almoço - um macarrão com brócolis, comemos goiabada depois e eu tô colocando esses detalhes sobre comida porque acho comida importante quando se trata de relações humanas (!!!), depois de um tempinho o tempo esfriou ainda mais e eu decidi ir embora antes que voltasse a chover, aí ele fez um cházinho pra gente bem bem quente e depois eu fui… andei andei andei pelas ladeiras do butantã com ruas molhadas e as calçadas cheias de flores e folhas caídas, fiquei triste por estar sem fone, mas apreciei o som ambiente, passou rápido a tristeza. peguei o ônibus de graça porque era dia de eleição. vim pra casa pensando pensando. sempre que passo tempo com ele eu penso em tanta coisa… no meio do caminho achei que pudesse estar feliz, cheguei em casa e agora não acho nada.

19/08/2023

notas sobre o começo do inverno e a primeira metade do ano


acho que já faz tempo desde a metade exata do ano e desde o início exato do inverno, mas essa postagem tá saindo meio que no susto e no improviso. eu tava com o título pronto e salvo aqui nos rascunho há umas boas semanas, mas não conseguia parar pra escrever - por mais que quisesse muito muito.
esse é mais um update de coisas muitas coisas que aconteceram e um compilado de muitas outras coisas que tem passado pela minha cabeça onde se passam muitas coisas. pra começar quero dizer que há um mês e meio mais ou menos eu comprei duas câmerazinhas digitais pra experimentar algumas coisinhas e fazer alguns registros pessoais, tem sido interessante por mais que eu ainda não tenha tido a oportunidade de explorar artisticamente algumas ideias. essas fotos são algumas que eu tirei em alguns momentos diferentes.
 

 

é engraçado pensar que minha última postagem aqui foi super otimista etc, eu realmente estava esperando uma vida nova a partir de julho. de fato agora em agosto eu tô num lugar bem diferente do que eu tava quando escrevi aquilo, mas as coisas sempre saem do planejado e na prática elas sempre são diferentes nos detalhes e em todo o resto. eu realmente saí do meu emprego, comecei a atuar como bolsista num projeto de extensão da universidade, continuei solteira; mas todo o papo de “estar na melhor fase da minha vida” foi um delírio, acho que eu só tava querendo muito acreditar nisso. o fato é que eu tinha parado de tomar meu anti depressivo desde junho eu acho, parado por conta própria. quando as férias começam, na metade de julho, tudo desandou. senti muito o peso das minhas atitudes imprudentes e falta de responsabilidade com minha própria saúde mental. enfim, o que importa é que: agora eu tô me medicando certinho há um bom tempo e já voltou a fazer efeito. tô tomando vitamina d também porque a minha tava quase zerada (12/60).
acho que já mencionei aqui, mas esse ano voltei a escrever de forma analógica com mais comprometimento. tenho mantido um caderninho e tem sido legal voltar a escrever meus pensamentos e sentimentos no papel. outra coisa que quero voltar a fazer é desenhar. faz muito muito tempo que não desenho, não pinto. esse semestre tive que fazer uma mini apresentação minha pra um artigo que publicamos na faculdade e minha descrição foi “beatriz porfirio é graduanda em história da arte e artista”, mas que artista é essa que não faz arte? isso tem me incomodado bastante e toda vez que penso me dá uma agonia. queria fazer carreira, mas tô tão longe. acho que daqui pra frente é meio que isso. tentar entender uma carreira acadêmica e uma carreira artística. “carreira” é uma palavra tão 20 e poucos anos, né…
já que eu tô jogando várias coisas aqui, vou aproveitar e jogar mais essa: acho que tô apaixonada. tem uma fagulha dentro da minha barriga que fica dia e noite faiscando e me queimando e eu gosto muito da sensação, eu amo estar entorpecida por algo e é gostoso perceber o começo assim. vou falar sobre ele porque o acho fascinante: ele é 16 anos mais velho que eu, argentino - de buenos aires. a gente se conheceu por acaso, demos um match no bumble, mas não conversamos por lá, ele me seguiu no instagram e eu segui de volta. ele puxava assunto e eu dava bola porque parecia inteligente e eu gostava de ler o portuñol dele. ele tem pós doc em matemática e dá aula de pós graduação numa federal. nós começamos a sair em maio (eu acho) e temos mantido uma relação semi-casual desde então. é difícil nomear, nunca me relacionei assim com ninguém, mas é legal que aparte de tudo nós somos bem amigos, conversamos muito muito sobre muita coisa - mas só quando nos encontramos, não rola muita conversa online e eu gosto disso. queria que continuássemos assim por bastante tempo ainda, mas não sei quanto mais tempo vai durar. de qualquer forma, nutro com bastante carinho e atenção todos os sentimentos que brotam na minha barriga e no meu peito e na minha garganta. ainda quero escrever aqui mais sobre tudo que tenho pensado/sentido sobre essa relação. o nome do post vai ser “el miedo solo sirve para perdelo todo”. anotado.
preciso organizar algumas leituras agora. amanhã vou participar de uma reunião de um projeto de pesquisa do qual não faço parte, mas meu orientador me convidou a ser ouvinte, vai ser lá na ocupação da ouvidor 63. depois vou me encontrar com meu argentino favorito do momento. hoje ainda quero ver um filme mas não sei qual, tenho voltado a ver filmes aos poucos. assisti “news from home” da chantal akerman esses dias e talvez a vontade de escrever aqui tenha vindo daí. enfim. obrigada pela companhia e até a próxima!

18/06/2023

movimentos de rotação e translação

duas postagens no mesmo mês! pensei que isso nunca fosse ser possível devido à nossa economia e políticas externas, mas aqui estamos. senti vontade de escrever porque ô usando o computador da casa dos meus pais e me bateu uma nostalgia quase que urgente. sempre que sento aqui nessa cadeira pra usar esse computador eu sinto essa necessidade interior de repetir alguns rituais que repeti durante um pouco mais de uma década online usando o mesmo aparelho etc. é uma coisa boa. 
hoje é domingo e amanhã começa tudo de novo, mas parece que não é a mesma coisa, porque a estação tá mudando, o outono tá de estabelecendo com muita força mas aos poucos: ele acha que a gente não percebe esses dias com um solzinho que não esquenta, esse vento todo e essas ruas cheias de folhas mortas. além de todas essas fruteiras cheias de mexericas!! de todo modo, sempre sou muito atingida por qualquer mudança de estação, não sei porque, não sei se tem explicação biológica química, mística pra isso, mas é meio que um fato que eu já internalizei e aceitei, sabe. tenho me sentido meio abatida e introspectiva nas últimas semanas, mais reflexiva também. como se uma nova temporada de um seriado estivesse começando e você ainda tá se acomodando... 

09/04/2023

ainda tô aqui

 Tenho tido muitas crises depressivas e tenho dormido muito mal. Tenho esquecido de tomar meu remédio frequentemente e esquecido muitas coisas no geral: de beber água, de responder as pessoas na internet, de lavar meu piercing e também de respirar vez ou outra. É meio assustador o jeito como as coisas mudam de uma hora pra outra e eu nunca consigo me acostumar com nada. É cada vez mais difícil me permitir experienciar algum sentimento bom por completo porque sou invadida pela consciência de que ele vai acabar uma hora e algo muito ruim tem que acontecer logo depois pra compensar. É muito ruim botar tanta fé em mim mesma a ponto de acreditar em absolutamente tudo que eu penso.


Comecei minhas aulas na faculdade há duas ou três semanas e tem sido legal. Eu meio que me mudei também, agora moro numa república a 10 minutos do campus e 2 horas do trabalho, divido o quarto com mais 3 pessoas e é um lugar meio hostil... acho que não se pode ter tudo. Tô pensando muito em me mudar ano que vem pra um apartamento que fica literalmente de frente pra universidade e assim não precisaria pegar ônibus depois da aula, teria mais liberdade e privacidade. Preciso me planejar e arranjar alguém pra dividir comigo, vou atualizando aqui! Tenho feito colegas na minha turma mas não sei bem se vou conseguir fazer amigos. Dado importante de mencionar: esse é o momento da minha vida em que estou mais rodeada de mulheres, em que tenho mais amigas que amigos.

Tá tudo muito confuso ultimamente, pra não dizer que tá ruim. Acho que não consigo pensar, parece. É como se eu estivesse ausente dentro da minha própria cabeça e corpo, parece que virei finalmente uma completa espectadora. Mas ao mesmo tempo tem acontecido bastante coisa: montei minha primeira exposição e participei de uma como artista também (é a mesma!), também já fui em duas exposições esse ano, o que é bom pra quem não ia em nenhuma desde sei lá 2019. Fiz um piercing, tenho pintado e desenhado, tenho estudado coisas interessantes na faculdade e me interessado por coisas novas, conversado com pessoas e frequentado lugares novos. Tenho falado bastante, me movimentado bastante.

Tô tentando me organizar de alguns jeitos diferentes. Há pouco tempo descobri a Megan Rhiannon, ela é uma artista escritora e youtuber inglesa e não lembro como o canal dela apareceu pra mim, mas lembro que assisti uma vez e achei a coisa mais chata do mundo e hoje em dia quase não consigo dormir sem colocar um vídeo dela. A maioria é assim: algumas filmagens da semana dela, sem voz, só uma música calma. Num segundo momento é só as mãos dela na escrivaninha enquanto ela fala sobre qualquer coisa pessoal e mostra ou livros ou desenhos que fez ou páginas dos seus cadernos... Por algum motivo esse segmento de fala me acalma e conforta muito, perdi a conta de quantas vezes coloquei intencionalmente pra dormir deu mais certo do que contar carneirinhos ou fazer escaneamento corporal ou contar números ímpares. Eu gosto muito da estética dela e também do jeito de pensar que ela tem etc. Sobre os cadernos que ela escreve: quero muito falar disso em outro momento porque queria falar sobre os meus cadernos também. Ela postou vídeo novo esses dias e ainda não vi, vou ver agora porque são 2:05 da manhã e preciso ir trabalhar daqui pouco tempo, ou seja, preciso dormir.

Meu cérebro tem andado por lugares diferentes, queria muito conseguir escrever aqui mas é mais difícil do que parece, vou parar por aqui eu acho. Talvez escreva de novo mais tarde nesse mês. Que bom que é outono de novo, gosto desse ar todo em forma de vento abraçando a gente e da temperatura caindo quando escurece quase como que dando um beijo de boa noite. Bons sonhos.


18/01/2023

22 não sei o que lá

oi! há quanto tempo não escrevo por aqui, que saudades. to escrevendo direto do navegador do celular deitada na minha caminha porque foi o momento que deu vontade e se não fizer agora não sei quando faço. 

falta meia hora pro meu aniversário. vou fazer 22 anos 22 tudo, 22 aniversários 22 voltas ao redor do sol 22 verões primaveras invernos outonos, 22 vezes falando feliz ano novo feliz páscoa feliz natal. dei lá 22 tudo. 

desde que me lembro eu não gosto muito de fazer aniversário e eu nem lembro o motivo. acho que não tenho problema com envelhecer por si só mas é que eu ainda me cobro tanto tanto eu ainda me vejo tão pequena e cada vez menor, ainda espero tanto uma resposta pra esse dilema... enfim, tô tendo uma crise-devaneio-surto pré aniversário e espero que ninguém fique alarmado lendo isso porque é só o jeito como as coisas são.

eu li o post que fiz aqui em janeiro do ano passado (que na verdade foi escrito um mês antes, em dezembro do ano retrasado) e é sempre muito legal a experiência de ler eu mesma. queria que todo mundo escrevesse, todo mundo mesmo. nesse post eu falei que sentia que minha vida iria mudar de um jeito novo e diferente e realmente mudou. completamente. eu de dezembro de 2021 jamais sonharia pensaria imaginaria onde eu de janeiro de 2023 estaria. às vezes é difícil pra eu mesma aceitar a minha realidade de agora. Acho que tô falando nada com nada aqui e acho que ninguém vai ler mas tô só pensando e escrevendo mais escrevendo do que pensando...

eu tô trabalhando e esperando o sisu abrir. tô fazendo terapia e tomando medicação pra tratar a depressão e ansiedade. namoro alguém da minha idade. saio pra lugares com amigos. leio livros e tiro fotos, faço arte. tô aprendendo a tatuar. ganho presentes e ouço palavras que aquecem meu coração. faço crochê. tô procurando casa pra me mudar com minha colega de trabalho. conto coisas pra minha mãe. dou meu melhor alguns dias e tô aprendendo a ser gentil comigo mesmo quando não consigo. tô começando a fazer as pazes comigo mesma.

não tem dado tudo certo mas também não tem dado tudo errado, não sei mais se vejo o copo meio cheio ou meio vazio. eu espero que esse ano, meu vigésimo segundo ano, seja bom comigo e que eu seja boa. comigo e com os outros. espero aprender e crescer, mudar ainda mais se é que isso é possível. espero visitar muitos lugares novos e conhecer pessoas novas, espero que o remédio faça efeito e que eu comece a dormir melhor. espero que eu não sinta essa sensação esquisita que sinto quando tô no meio de muita gente. espero não magoar muitas pessoas e espero que eu consiga viver além das minhas mágoas. quero muito viver esse ano e o ano que vem quem sabe. 

abracinhos e até a próxima! 

ps. também quero muito voltar pra blogosfera, voltar a conversar com as pessoas aqui, todo dia descubro alguém legal por aí e fico feliz :•)