notas sobre o começo do inverno e a primeira metade do ano


acho que já faz tempo desde a metade exata do ano e desde o início exato do inverno, mas essa postagem tá saindo meio que no susto e no improviso. eu tava com o título pronto e salvo aqui nos rascunho há umas boas semanas, mas não conseguia parar pra escrever - por mais que quisesse muito muito.
esse é mais um update de coisas muitas coisas que aconteceram e um compilado de muitas outras coisas que tem passado pela minha cabeça onde se passam muitas coisas. pra começar quero dizer que há um mês e meio mais ou menos eu comprei duas câmerazinhas digitais pra experimentar algumas coisinhas e fazer alguns registros pessoais, tem sido interessante por mais que eu ainda não tenha tido a oportunidade de explorar artisticamente algumas ideias. essas fotos são algumas que eu tirei em alguns momentos diferentes.
 

 

é engraçado pensar que minha última postagem aqui foi super otimista etc, eu realmente estava esperando uma vida nova a partir de julho. de fato agora em agosto eu tô num lugar bem diferente do que eu tava quando escrevi aquilo, mas as coisas sempre saem do planejado e na prática elas sempre são diferentes nos detalhes e em todo o resto. eu realmente saí do meu emprego, comecei a atuar como bolsista num projeto de extensão da universidade, continuei solteira; mas todo o papo de “estar na melhor fase da minha vida” foi um delírio, acho que eu só tava querendo muito acreditar nisso. o fato é que eu tinha parado de tomar meu anti depressivo desde junho eu acho, parado por conta própria. quando as férias começam, na metade de julho, tudo desandou. senti muito o peso das minhas atitudes imprudentes e falta de responsabilidade com minha própria saúde mental. enfim, o que importa é que: agora eu tô me medicando certinho há um bom tempo e já voltou a fazer efeito. tô tomando vitamina d também porque a minha tava quase zerada (12/60).
acho que já mencionei aqui, mas esse ano voltei a escrever de forma analógica com mais comprometimento. tenho mantido um caderninho e tem sido legal voltar a escrever meus pensamentos e sentimentos no papel. outra coisa que quero voltar a fazer é desenhar. faz muito muito tempo que não desenho, não pinto. esse semestre tive que fazer uma mini apresentação minha pra um artigo que publicamos na faculdade e minha descrição foi “beatriz porfirio é graduanda em história da arte e artista”, mas que artista é essa que não faz arte? isso tem me incomodado bastante e toda vez que penso me dá uma agonia. queria fazer carreira, mas tô tão longe. acho que daqui pra frente é meio que isso. tentar entender uma carreira acadêmica e uma carreira artística. “carreira” é uma palavra tão 20 e poucos anos, né…
já que eu tô jogando várias coisas aqui, vou aproveitar e jogar mais essa: acho que tô apaixonada. tem uma fagulha dentro da minha barriga que fica dia e noite faiscando e me queimando e eu gosto muito da sensação, eu amo estar entorpecida por algo e é gostoso perceber o começo assim. vou falar sobre ele porque o acho fascinante: ele é 16 anos mais velho que eu, argentino - de buenos aires. a gente se conheceu por acaso, demos um match no bumble, mas não conversamos por lá, ele me seguiu no instagram e eu segui de volta. ele puxava assunto e eu dava bola porque parecia inteligente e eu gostava de ler o portuñol dele. ele tem pós doc em matemática e dá aula de pós graduação numa federal. nós começamos a sair em maio (eu acho) e temos mantido uma relação semi-casual desde então. é difícil nomear, nunca me relacionei assim com ninguém, mas é legal que aparte de tudo nós somos bem amigos, conversamos muito muito sobre muita coisa - mas só quando nos encontramos, não rola muita conversa online e eu gosto disso. queria que continuássemos assim por bastante tempo ainda, mas não sei quanto mais tempo vai durar. de qualquer forma, nutro com bastante carinho e atenção todos os sentimentos que brotam na minha barriga e no meu peito e na minha garganta. ainda quero escrever aqui mais sobre tudo que tenho pensado/sentido sobre essa relação. o nome do post vai ser “el miedo solo sirve para perdelo todo”. anotado.
preciso organizar algumas leituras agora. amanhã vou participar de uma reunião de um projeto de pesquisa do qual não faço parte, mas meu orientador me convidou a ser ouvinte, vai ser lá na ocupação da ouvidor 63. depois vou me encontrar com meu argentino favorito do momento. hoje ainda quero ver um filme mas não sei qual, tenho voltado a ver filmes aos poucos. assisti “news from home” da chantal akerman esses dias e talvez a vontade de escrever aqui tenha vindo daí. enfim. obrigada pela companhia e até a próxima!